quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Presbian Obama!

Hoje, a Islândia tornou-se o primeiro país do mundo a ter uma Primeira-Ministra lésbica. É verdade, leram bem, a senhora Jóhanna Sigurdadóttir foi nomeada para suceder o anterior Primeiro-Ministro que se demitiu por razões de saúde e, também terá pesado na sua decisão pensamos, por ter levado o país à falência. Parece que o senhor Hussein Obama não vai ser o único representante de uma minoria a assumir a liderança de um país algo dotado de problemas - aka atravessando a maior crise da sua história .

Começo a pensar que há por aí uma cavala no mundo político e talvez o famoso dizer não  seja rigoroso: "Se a merda fosse ouro os pobres não tinham cu". Se pensarmos bem nisso, agora que os países são um cocó metafórico,  os pobres já podem ter um anúsito e tentar melhorar a coisa. Sim, eu sei, não é bem isso que está subjacente ao dizer popular, mas permitam-me a adaptação. Devo confessar que percebo a lógica, tanto os blacks como os gays desenvolveram, quase até à perfeição, a capacidade de subsistir e mesmo triunfar quando, sejamos eufemisticamente sinceros, todos queriam (e alguns ainda querem) que inexistissem. Fizeram marchas, umas mais coloridas que outras; sobreviveram a furacões e violações em série, ah!, e à escravatura; sobreviveram aos campos de reconversão, à Igreja Católica e outras religiões; à criminalização do seu amor e procriação, e outras provações que tais. Posto isto, o mundo político achou que talvez fosse uma boa altura para fingir que não os havia discriminado durante séculos e que, agora sim, era tempo de os deixar subir ao poder e dar a volta à situação. 

Com isto não subentendam que estou a afirmar que não foi o seu mérito que os levou até lá. Leiam, no entanto, que if anyone can do it, they can do it! Ou talvez não, vamos esperar para saber. Há sempre umas quantas Margaret Thatchers para nos chamarem à razão e nos lembrarem que não é a vagina, a cor ou a orientação sexual que faz de nós melhores ou piores pessoas/governantes.  
Entretanto, aqui fica a senhora em versão obamicon:

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

I`m a geek and I`m not afraid to show it (take II)

2008 terá sido, porventura, um ano de muitos eventos e acontecimentos. Não para mim, mas terá sido, dizem por aí. Por altura do novo ano é, como tal, costume fazerem-se listas de preferências. Usualmente esta prática incide o ramo musical, mas pretendemos aqui ser mais abrangentes e, apesar da fraca afluência de ocorrências interessantes, apresento aqui o meu best of de 2008.  

1. Hardcore RulesTendo-me, como é hábito, dedicado à leitura intensiva de palavras jurídicas, destaco o meu termo favorito do ano, que é, aliás, um repetente - hardcore rules! Passo a explicar, hardcore rules são regras ou normas jurídicas dotadas de um intenso grau de imperatividade, contrapondo-se, como tal, às softcore rules.

2. Liz Feldman - This Just Out: Esta senhora - who likes bush, just not the george kind - é uma das melhores comediantes que já tive o prazer de cruzar caminho com. Hoje, já não é argumentista do Ellen Show e tem o seu próprio talk show na net, sito na sua cozinha, presenteando-nos com verdadeiras pérolas e momentos de júbilo. 
Este Janeiro, entrou na sua terceira série e podem ver o seu primeiro episódio aqui. Gargalhadas são prometidas. E a Shane também. 

3. Wanda Sykes: Outra comediante, que neste caso, deixo falar por suas próprias palavras: 

Notem que estão ambas vestidas para o Halloween!

4. Kaki King - Uma guitarrista absolutamente brilhante, que tem um album novo onde, infelizmente, também canta. Vejam os outros!:

5. Daytrotter - O site/revista/blog/music session place mais xuxu e interessante que conheço. Apresenta novas bandas, tem artigos lindos sobre elas - até porque não pretendem ser críticas - e ilustrações das mesmas feitas por artistas, tem uma tira de banda desenhada mesmo engraçada e downloads grátis das sessões que fazem com as bandas. E muitas outras coisas. Explorem

Espero que gostem. 

6. Manuela Ferreira Leite: Sim, estão a ler bem, a Manela entrou no meu best of, tudo porque tem aquela qualidade que eu muito aprecio e enalteço em todos aqueles que não deveriam ter acesso ao poder - a qualidade da autodestruição. Se não acreditam em mim, vejam por vocês mesmos e descubram as diferenças enquanto o fazem, se conseguirem:

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Are the Dog Days Over?

Parece que chegámos ao ano da crise - de novo. A mim anda-me a parecer que a crise é como a gripe das aves, está sempre a chegar. Ou será que está sempre cá? Com todo o alarido no Natal nos Hospitais nunca se sabe. 

Não sei bem a quem é que chegou a crise, tirando aqueles que a ela há muito pertencem.

À banca não me parece. Os neoliberais conseguiram esse feito inexplicável e homérico de socializarem os seus problemas. Assim, com este fantástico socialismo da alta, conseguiram manter a fé no capitalismo. Quase extraordinariamente, o capitalismo é neocomunismo - com o socialismo chega-se à terra prometida. Aqueles vinte indivíduos, pelo menos. 

Ao Paulo Branco também não me parece. O seu feito extraordinário foi usar a Justiça portuguesa para sua protecção. Tomara a Justiça portuguesa chegar tão longe para proteger os outros da ladroagem de Paulo Branco, talvez o homem com mais sucesso a esquivar-se aos processos de dívidas que lhe são apostos. 

Ao Aníbal (Cavaco) também não creio. O  Sr. Forças de Bloqueio e Recibo Verde consegue não apenas ser eleito para Presidente da República como também ser elogiado por odes à democracia e direitos sociais. Continua é a esquecer-se de alguns órgãos da nossa democracia, como seja o Tribunal Constitucional.

Ao Jorginho Bush muito menos. Mais uma vez, um Presidente americano abandona funções sem enfrentar o Tribunal Penal Internacional. O homem que convidou para seu braço direito o autor de um livro de tortura que contorna as proibições da Convenção de Genebra. 

Acho que a crise só vai chegar aos Obamaníacos. O Mister New America começou já a provar que é a maior força de mudança para deixar tudo na mesma, pondo de lado a possibilidade de uma investigação independente aos crimes de guerra e tortura praticados pelo Exército e Administração americanos. Isto no país que há dez anos atrás gastava milhões de dollars a averiguar as vaginas que havia penetrado o Primeiro Pénis. 

E a todos aqueles que ainda vão mantendo alguma ingenuidade no meio de tudo isto. Os que ainda acreditam que é possível acreditar!, mas que começam a fraquejar. 

Entretanto, podemos sempre contar com uma coisa para nos fazer sorrir: